domingo, 21 de junho de 2009

INFINITA VIAGEM NO TEATRO CONSTANTINO NERY











HOMENAGEM A FERNANDO PESSOA, EM MATOSINHOS, NA BIBLIOTECA MUNICIPAL FLORBELA ESPANCA E NO CINE-TEATRO CONSTANTINO NERY
Homenagem a Fernando Pessoa

Infinita Viagem


Um exercício sobre o poeta dramático que "fingiu" Cine-Teatro Constantino Nery
– Dia 30 de Novembro, 22 horas –

No dia 30 de Novembro, pelas 22h, no Cine-Teatro Constantino Nery, a "Infinita Viagem", encerará a homenagem a Fernando Pessoa e ao 120º aniversário do seu nascimento.
Com concepção e encenação de Helena Caldeira, Mariana Reis e Rita Reis, interpretação de Mariana Reis e Rita Reis, «Infinita Viagem» mais não é do que um exercício sobre o poeta dramático que apenas "fingiu".
A sua ARCA é o ponto de partida.
Os "actores" estão em cena assistindo-se e reflectindo sobre questões inerentes à própria condição humana – pensar, sentir, fingir, infância, morte, amor – situações vivenciais que tanto se contradizem como se completam. De entre todos os "actores" salienta-se Álvaro de Campos, irmão de Pessoa no cepticismo, na dor de pensar e nas saudades da infância – mas também o Campos esfuziante e torrencial das Odes futuristas e da vertigem das sensações. De Autopsicografia às Odes Triunfal e Marítima, mais não se desejou do que esboçar uma VIAGEM que percorresse alguns dos muitos caminhos que tornaram Pessoa e suas "máscaras" toda uma literatura em encenação dramática.

«Sou um poeta dramático; tenho continuamente, em tudo o que escrevo, a exaltação íntima do poeta e a despersonalização do dramaturgo. Voo outro – eis tudo.»

Fernando Pessoa está sempre (por) perto... Felizmente! É de ir!


Alguns jornais da cidade do Porto assim publicitaram o nosso trabalho.

Nesta "derradeira" apresentação de Infinita Viagem, Pessoa viu mais quatro textos seus serem interpretados por Mariana Reis e Rita Reis.

Ficam também por aqui:


NEVOEIRO

Nem rei nem lei, nem paz nem guerra,
Define com perfil e ser
Este fulgor baço da terra
Que é Portugal a entristecer -
Brilho sem luz e sem arder,
Como o que o fogo-fátuo encerra.

Ninguém sabe que coisa quer.
Ninguém conhece que alma tem,
Nem o que é mal nem o que é bem.
(Que ânsia distante perto chora?)
Tudo é incerto e derradeiro.
Tudo é disperso, nada é inteiro.
Ó Portugal, hoje és nevoeiro...

É a hora!

F. Pessoa, Mensagem


Aquela senhora tem um piano,,
Que é bonito de ouvir, mas é o que ela faz dele.
Faz uma música feita,
Que é agradável mas não é o correr dos rios
Nem o soar fraco dos ribeiros estreitos
Nem o murmúrio que as árvores fazem...

Para que é preciso ter um piano?
O melhor é não ter piano
O melhor é ter ouvidos,
Ouvir só o que nasce com som
E amar a Natureza.

Alberto Caeiro



Tenho escrito mais versos que verdade.
Tenho escrito principalmente
Porque outros têm escrito.
Se nunca tivesse havido poetas no mundo,
Seria eu capaz de ser o primeiro?
Nunca!
Seria um indivíduo perfeitamente consentível,
Teria casa própria e moral.
Senhora Gertrudes!
Limpou mal este quarto:
Tire-me essas ideias daqui!

Álvaro de Campos



As rosas amo dos jardins de Adónis,
Essas volucres amo, Lídia, rosas,
Que em o dia em que nascem,
Em esse dia morrem.

A luz para elas é eterna, porque
Nascem nascido já o sol, e acabam
Antes que Apolo deixe
O seu curso visível.

Assim façamos nossa vida um dia,
Inscientes, Lídia, voluntariamente
Que há noite antes e após
O pouco que duramos.

Ricardo Reis

Desenhos de Mariana Reis - Pessoa, Caeiro, Campos e Reis.

1 comentário:

  1. uao... que fix viestens de aviao ?? porque eu vim de barco , sim sinhora lindo meninas cigao emfrente que tanbem sigo parabens .ass jp

    ResponderEliminar